domingo, 23 de dezembro de 2012

Só lembram de mim nesta época, né?



Pro raio que o parta aquela roupa horrorosa e quente que os países lá de cima e a tal indústria de refrigerantes quiseram atribuir a minha pessoa. Eu, o bom velhinho, tenho identidade. E, como sou brasileiro, tô na área de chinelo Havaianas, bermuda, barrigão de cerveja caindo por cima da bermuda, camisa da seleção e abacaxi com vodka, beeeeem geladinho, na mão, claro!




Adoro bar! Também, com um verão destes, que faz neste país, vocês acham que iria ficar por aí voando de casaco em trenó com uns bichos do pólo norte porquê? Eu vou é pro bar, boteco, botequim, sento nas mesas de calçada e me refresco! A camisa é curta  pra ter contato direto do umbigo com a pedra do balcão. Isso sim refresca, minha gente. E se eu não saio pra caminhar na praia e beber num quiosque, é numa moto, cabelo e barba ao vento, que eu vou. Falar nisso, tô pensando em mandar esta barba pra PQP, viu? Ela tá amarelada demais por causa do cigarro e esquenta que só!

Mas olha, eu só passei por aqui pra desejar a vocês ótimas festas, nos bares, nos lares, onde vocês estiverem. Bebam muitas cervejas e não me esperem, porque quando eu caio numa farra eu não quero sair mais. E não suporto trabalhar na pressão. Mas, aproveitem. Sejam bons meninos e meninas e as coisas boas da vida virão pra vocês. Acima de tudo saibam, no ano de 2013, aproveitar tudo que os bares têm de bom, o que vai desde as cervejas geladas, passa pelas bebidas "quentes", pelos saborosos petiscos e pelas verdadeiras amizades.

E, por favor, não se lembrem de mim apenas nesta época de Natal. Se vão sair pra beber, me chamem. De preferência me chamem quando estiverem com uma pessoa para ser o motorista da vez, porque o velhinho aqui ainda tá dando no couro brabo da cachaça, viu? Volante? Nem pensar!

Saudações natalinas! Saudações de Ano Novo!
Ho Ho Ho Hoje que eu caio na farra 
 

Papai Noel dos bares do Brasil




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Bares lotados e ruas vazias

Teve gente que virou a madrugada no bar. Teve gente que chegou cedo e logo as 8 horas já pediu pra abrir aquela cerveja gelada. Outros, como eu, só abriram os trabalhos às 9h, aos 30 minutos do primeiro tempo do jogo do Corinthians na semifinal do Mundial, quando Guerreiro fez o gol que deu a vitória ao time. Mais uma vez os bares lotaram e as ruas ficaram vazias para ver o Corinthians jogar.

Você já escolheu o bar onde vai assistir a final?


E veja a matéria que mostra como ficou o Bar do Biu na quarta. Já é tradição as emissoras acompanharem os jogos no Biu, já que o bar sempre lota nos jogos do Corinthians:

 


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Breve alerta sobre a festa da firma

Por Xico Sá
http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/


Aqui o leitor aprende a arte do vexame
  
Cada vez começam mais cedo. Nem chegamos a dezembro e elas pipocam por ai. Como presto serviço a vários senhores -frila tal aquele moço trapalhão da commedia dell´arte-, já recebi uns três convites.

A festa da firma está chegando. Todo cuidado é pouco. Aqui antecipo o meu repetido conselho anual endereçado aos que se excedem neste momento. 

Nos meus tantos anos de carteira assinada, já vi de tudo nas confraternizações. É um capítulo à parte da nossa existência sob o domínio das 365 folhinhas do calendário.

Tão importante quanto a Missa do Galo.

Quase um dia das Mães sem as nossas mães, ainda bem, ufa.

Um dia dos namorados sem namorado(a)s por perto. A menos que vocês desrespeitem aquela verdade bíblica do pão e da carne -onde se ganha o primeiro, não se desfruta do segundo, amém.

Festa de firma. 

Tédio para uns, celebração dionisíaca para outros. 

Fim de ano, aquela animação, aquele queijo coalhado no juízo, nervos à flor da pele, a vida assim meio Roberto Carlos, meio Almodóvar, meio Nelson Rodrigues, enfim, a vida simples, brega como ela é, a vida sem mistificação ou assepsia, a vida que não lava as mãos à toa.

Alguém querendo bater no chefe que o humilhou o ano inteiro, alguém querendo comer a gostosa do telemarketing.

O cenário certo, na graduação alcoólica certa, na boca-livre perfeita para um elemento cometer alguma desgraça ou crime de primeira página, seis colunas, manchete. Com direito a story-board.

Festa de firma. Pequenas histórias acumuladas o ano inteiro. Alguém sempre jurado de morte.

Tanto no terreno amoroso como na violência física de fato, tentando tirar na base da ignorância a mais-valia de uma vida inteira.

O acerto de contas.

Todo cuidado é pouco, caros bebedores amadores, com a festa da firma. Falo sério.

A melhor cena que vi foi numa farra do “Notícias Populares”, o glorioso e sanguinolento “NP”, de saudosa memória, que bateu as botas gutenberguianas como os presuntos que exibia em suas páginas.

Imaginem uma linda e desgostosa (com o marido canalha!) secretária. 

Pensaram?

Terceira caipirinha. De alguma fruta exótica. Toda gostosa adora uma novidade.
Música, maestro. 

Toca uma faixa capaz de fazer de uma madre superiora uma Madonna, capaz de fazer de qualquer entrevado um Elvis, um Elvis em Acapulco cantando na beira da piscina do Hilton Palace .

Toca algo assim como aquele “chabadabadá” da trilha de “Un Homme et Une Femme”, filme das antigas, “Um Homem, uma Mulher”, de Claude Lelouch, grande película.

Quarta caipirinha. 

O chão é pouco para os passos da pecadora.

Ela sobe numa mesa.

Antes, beijara na boca, sem discriminação de classe, do diretor ao contínuo. Eu, um reles cronista folhetinesco daquele diário, também locupletei-me, claro, mas meio tímido, juro.

Quinta caipirinha.

A blusa não resistiu ao primeiro gole. O sutiã foi parar na cabeça do tiozionho do arquivo.
Sexta caipirinha acompanhada de uma cerveja mexicana: foi-se quase tudo. Belas saboneteiras, omoplatas geniais, observei.

Coube ao marido -a quem mais caberia?- enquadrar a “vadia”, como ele berrava sem economizar nas exclamações! Chegou para apanhá-la e acabou testemunhando o que não queria.

A festa acabou. 

E agora, José, fica ai o alerta: não há inocentes em uma festa de firma. Numa festa de firma, o mais tímido e sonso dos mortais dubla Carmem Miranda e passa a mão na bunda do chefe, só pra quebrar a hierarquia pelo seu ponto mais, digamos assim, inviolável.
Você já deu algum vexame?