segunda-feira, 28 de maio de 2012

A solidão do domingo de manhã


Uma história veio de Espanha, dum dos nossos, que já nos visitou e compartilhou os bares de São Paulo ou Rio, uma história internacional que pode acontecer em qualquer canto do mundo. O Miguel escreveu no mês de Abril sobre o bar da sua praça, a "Praça Noguera", no seu povoado, o “Puerto de Sagunto”.

Um bar que fecha em qualquer canto, em qualquer praça, qualquer cidade ou qualquer povoado não é um caso isolado e casual, e menos em tempos de crise. Um bar que fecha e deixa uma marca, isso é o realmente casual e relevante, deixar a sua marca, uma marca não indelével, mas muito difícil de substituir. A crise, hipotecas, penhoras, despejos, aluguéis exorbitantes que estrangulam o comércio a varejo, impostos municipais, impostos sobre a propriedade, ... Os pais tristes, as crianças choram; “foi embora”, discutem alguns, “Para onde vamos agora?” Um bar ligado física e emocionalmente a um parque infantil; os pais aqui, as crianças lá, ligados num espaço aberto onde não há perigos, nenhum ruído de motor, onde você pode saborear um café, sem preocupar-se além do que é estritamente necessário.

Praça Noguera, Puerto de Sagunto. Lugar do bar "El Rincón".

Ele foi para muitos mais do que apenas um bar, um ponto de encontro, das crianças e velhos, parentes e amigos, era "o nosso bar", os incondionais de cada tarde, de cada manhã de domingo, ótimo para uma cerveja ou um vermute um domingo antes das refeições ou qualquer crepúsculo. Onde ir quando de repente você se sente sozinho ou simplesmente queria entrar em contato com as pessoas, ele ou ela, ou ambos, estavam sempre lá, com seu sorriso e simpatia. Onde fizemos amigos e compartilhamos muito tempo de lazer. Onde combinávamos de assistir o Barcelona, o dono não escondeu seu compromisso com Blaugrana cores, também Valência ou Madrid, e discutir o jogo sem exaltação de ânimos mas com muita paixão.

Hoje é domingo e amanhã é outro dia, com a mesma solidão, o mesmo vazio, o nosso canto não existe mais, onde vamos agora?, onde podemos ver a final da taça do Rey ou o próximo jogo da Liga. Onde você vai estar amigo, onde nos encontramos ...? Isso não pode, está fechado. E não ao capricho daqueles que eram seus administradores. Nunca se apressou a abrir, mas eram sempre pontuais com seus clientes. O Café da primeira hora eles deixaram para os outros, mas as 12:00 lá estavam eles, o canto que recuperou a vida e com ele todas as pessoas que todas as manhãs almejavam sua presença.

Todos nós nos perguntávamos por quê, o que aconteceu e se era inevitável, quem e porquê deste ataque. Um exemplo claro da recessão, cortes salariais para alguns e demissões para outros, têm reduzido drasticamente a renda disponível para gastar em bares ou caprichos. Os trabalhadores que costumavam ir para almoçar ao meio-dia, agora levam comida de casa, e aqueles que já tomaram a carajillo (café misturado com bebida alcoólica ,Conhaque é a mais típica) agora se limitam ao café preto ou com leite. Com cortes e mais cortes não vai resgatar a economia deste país. É preciso espírito mais do que entusiasmo e empresarial, quando tudo está contra.
Carajillo. Energetico ótimo para as noites que vc precisa virar.
Alguém vai dizer: "existem outros bares", certamente!, Mas este era "o nosso bar", nosso "ponto de encontro", sentíamos como algo nosso, diferente. Onde você poderia comer um cuscuz especial, digno dos melhores restaurantes. Para muitos, foi como uma extensão da nossa casa, nosso ambiente de vida e da família. Quando você quiser organizar um piquenique, um aniversário, uma refeição com amigos, sem quaisquer complicações ou gastar um "Potosi" porque você pensou "já está, no Rincón", o nosso canto.

Foi, mas permanecerá em nossas memórias e em nossos corações.
Recentemente, há rumores sobre a reabertura do bar, por eles mesmos, os de sempre, por eles ... É verdade ...? nós fervorosamente desejamo
s.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Punk é pouco


Trabalho nunca falta. Mas tem semana que trabalho tem em dobro, triplo, prazos, formatos e uma vontade louca sua de jogar tudo pro ar. Claro! Quem veio a este mundo a passeio, como é o caso dos que gostam de bar, sofre porque tem que trabalhar!

Hoje eu confesso que acordei e decidi que não iria para o bar hoje. O cansaço é tanto! A semana teve coisas muito boas, mas em termos de trabalho, foi punk. Punk é pouco! Mas ao chegar esta hora da tarde, com os trabalhos finalizados, confesso a vocês que já mudei de idéia. Já penso que preciso comemorar o fato. Como diz o amigo Emílio, porque será que em toda sexta-feira há um bom motivo pra ir ao bar?


Um motivo atrás do outro...

Bom fim-de-semana pra vocês!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Coisas da Lora


Vocês devem ter visto na tv, nestes dias, que em Belo Horizonte estava rolando o Festival de Comida di Buteco. Dá vontade de chegar por lá e curtir os bares e as coisinhas deliciosas que o mineiros preparam, né? Desculpaí, gente! Mas eu fu-ui... 

Na verdade BH é um lugar que merece ser visitado em qualquer época do ano, haja o festival ou não. Além de ser uma cidade bonita, de gente boa, tem botecos para todos os gostos. Com o detalhe de que são bem mais baratos do que os daqui de São Paulo.

Mas eu toquei no assunto do Comida di Buteco porque bem no dia da abertura do Festival nós já fomos provar uma das iguarias, no Bar da Lora (é assim mesmo que se escreve, sem o i).

Perceba a muvuquinha no Bar da Lora
até na sexta de manhã
 
O Bar da Lora fica no Mercado Central de BH, na entrada da Avenida Augusto de Lima. Se você for lá no sábado, se prepara, porque é literalmente uma muvuca só. Não tem cadeiras ou banquinhos, você bebe em pé mesmo. E olha que até pra levantar o copo pra beber é difícil no meio da muvucada que forma ali. Uma vez fui ali com Ed e Esdras (não é uma dupla sertaneja) e mal conseguimos fazer uma foto. Mas não deixa de ser uma festa, né, gente. A muvuca é formada por gente que gosta de bar mesmo!


Mas desta vez fui na sexta-feira, com Paulinha. E lá encontramos Gil, Pinhate e Ivan. Tava cheio, mas nem tanto. Os três chegaram um pouco antes e conseguimos ficar bem ali no balcão. Que delícia! Cerveja Original estupidamente gelada! E Serra Malte, que Ivan não havia experimentado ainda.

O bom de ficar no balcão é ser
atendido diretamente pelo Paulinho.
Quem nos atendeu foi Paulinho, o pai da Lora. Figuraça. Nosso conceito de cerveja gelada é de que ela esteja branca, de tal modo, que aopassar a unha fica um risco na garrafa. Nem precisou explicar pro Paulinho. Ele já veio com uma destas, maravilhosa! E todas as outras. 

Pode ser assim?
Agora desce o prato do Comida de Buteco! Coisas da Lora é o nome do prato. Leva costelinha e cupim na chapa, molho de queijo minas, batatinha e queijo minas temperado. Gente, não é só gostoso. É delicioso. E lindo também. 

Coisas da Lora entre a Serra Malte
e a Original. Que pedida, hein...

Passamos algum tempo por ali, nos deliciando. Fiquei feliz de mais uma vez sair com  Paulinha e brindar com Gil e Pinhate depois de quase um ano. Adorei conhecer Ivan, pessoa que sabe se divertir. Mas ainda tínhamos uma agenda pra fazer (em outros bares) e resolvemos fechar a conta pra abrir em outro lugar. Sobre este outro lugar, em outro post você vai ficar sabendo onde foi.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Acompanhando a tendência mundial de crises...


por Moacyr Luz
publicado em http://tulipio.com.br/texto-convidado






Acompanhando a tendência mundial de crises, depressões e outros arredores da mente humana, também tenho minhas ações em baixa, minhas taras, meus fetiches.

Entre tulipas de cliper e nadir figueiredo resolvi confessar o mais latente: - sou fanático  por dono de bar mal humorado. Babo na gravata!
Aqueles que não acham graça nem do Chico Anísio em início de carreira, não esboçam qualquer reação mesmo ganhando a sena, uma milhar invertida na lembrança do finado parente. Nada. Sobrenome: Sisudo.

Meu amigo Baiano repete a história do Seu Ernesto, dono da única birosca de Caraúbas, distante reduto da Paraíba. Diz que o sujeito era tão grosseiro que quando a esposa falou dos fundos da casa se podia por a sopa no prato, ele respondeu: - Ponha não, jogue no chão e traz varrendo.

Aqui no Rio, pude conhecer o Jóia, dono do bar do mesmo nome, escondido atrás da Central do Brasil. Ele detestava que chamassem o estabelecimento de bar, preferia casa de pastos. Na minha primeira visita ao quase museu etílico, querendo ser gentil, perguntei se podia sentar na cadeira. E ele:

- O meu amigo, se preferir sentar na mesa e pôr os copos na cadeira, é opção sua.

Ainda escutei mais dois foras até me apaixonar de vez. Só pode ser doença.

Severino, garçom, mas quase dono do Paladino, só serve um chope depois de fumar escondido na escada oposta do bar. E ainda guarda uma última baforada pra soltar na tua mesa:

- Não gostou? Reclama com Dráuzio, o dotô.

Falando sério. Dono de bar muito prestativo, no limite do puxa-saco, me dá cansaço. O buteco fica sem personalidade.

Frequentei um botequim aonde o dono, sabendo dessa minha mania de escrever, insistiu que eu revisasse um rascunho manuscrito com pretensões de virar livro. Título já tinha: Fregueses e Suas Imbecis Perguntas.

Algumas frase eu memorizei.

- A pescadinha tá fresca? A cerveja está gelada? Tem muita batata nesse bolinho de bacalhau? O pãozinho é de hoje?

Ele apontava a folha, gesticulando:

- Será que o gajo quer que eu diga a verdade? Não, tô servindo o peixe, mas ele tá podre! 

Ou, olha, meu amigo, no momento nosso estoque só dispõe da cerveja Vesúvio: sai em lavas, fervendo e esse bolinho é bacalhau puro, da Noruega, o lombo!

Abro um parênteses por pertencer à mesma calçada. Também não tenho paciência pra taxista íntimo, aquele que te cutuca na perna, aperta o teu braço e põe o rádio alto numa estação evangélica. Desses que querem te convencer de absurdos como, o Pelé é branco, e faz um itinerário estilo Julio Verne: A volta ao bairro em 80 minutos.

Outro dia chiei do ar-condicionado. O motorista garantiu que em cinco minutos estaria tinindo - Um polo norte! Passado o tempo, eu suando mais que personagem de Nelson Rodrigues, pergunto pelo ar, e ele responde:

- É que o senhor entrou com o corpo quente...

- Meu querido, se eu estivesse com o corpo frio teria feito sinal prum rabecão, tá?

Voltando ao balcão.

O Brasil descobriu o valor de um botequim. Hoje, qualquer restaurante fino quer incluir no letreiro essa insígnia: Buteco. Os bares têm o mesmo formato das cadeiras estilo Bar Luiz, mesa com tampo de mármore encerada pra sugerir restaurada, mas feita há meia hora na marcenaria da esquina. Colocam uns jilós a preço de caviar numa tigela de balcão, abrem uma cristaleira com cachaças mineiras e ficam definitivamente ricos, achando que São Jorge é São Benedito.

Me transformei num caçador de biroscas. Quanto mais pé-sujo, mais a boca saliva. De preferência com o dono na caixa, emburrado, de camisa encardida.

Minha tara.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

O susto da sexta

Caramba! Como assim o blog foi removido? Que susto, gente!

E as manifestações dos seguidores vieram desde ontem. Gente ligando, enviando torpedos, mensagens... E eu sem saber o que dizer. Eu sou hipertensa! Não faz isso, não que nem o remédio dá conta...

Mas passou. O blog está no ar de novo. Emílio e eu já fizemos backup de tudo.

Acreditamos que alguém denunciou abuso do blog e eles removeram temporariamente. E esta postagem é pra dizer que não tem porque denunciar abuso do blog. Se não gostou de alguma coisa faça contato e a gente faz o debate. Coisa mais antipática essa de apertar aquele botãozinho...

 Abuso a gente faz no bar. Abuso de cerveja, abuso de cachaça, abuso de gentileza... Nós gostamos de bar e somos abusados, mas numa boa!

E só por causa do susto eu sou obrigada a sair hoje pra beber uma cervejinha e me acalmar. E que venha o fim-de-semana!


Que abuso!


Abuso é quase parar meu coração bem na sexta-feira...



quinta-feira, 10 de maio de 2012

O bar foi pra casa e a cervejada foi na rua

Gente, foram muitas na Virada Cultural, que aconteceu no sábado e domingo. Não duvidem que comemoramos muito as 5 mil visualizações do blog (que aconteceu na quinta, dia 3) e a grande festa nas ruas do centrão de São Paulo.

Foi tudo de bom misturado com caldinho de mocotó, caldinho de feijão, tortillas, escalibada e jamón a la catalana. Não queridos, o encontro dos chefs não foi lá em casa. Mas quem se prontificou, preparou estes ótimos pratos, os quais degustamos e nos deram mais “sustança” pra segurar a onda da “viração”. 
 

Só uma parte do povo...

A casa ficou pequena. Gi de Santa Catarina, Dalmo, Gi de São Paulo, Mauro, Emílio, Elisa, Josi, Irani, Fátima, Nilson, Paulinha, Adriana, Pilar, Xisco, Ed, Marta, Fê, Luciana e Lelê. Haja geladeira pra gelar cerveja pra este pessoal todo. E haja jaca pra enfiar o pé!


A geladeira foi ficando cada vez mais bonita...

As cervejas geladas eram colocadas nas duas bolsinhas térmicas antológicas (só Deus sabe por onde elas já transportaram nossas cervejas geladas) e iam pra rua alegrar a nossa festa. A cachaça foi bebida no balcão da cozinha. E o rum foi transportado na sacola e misturado ao gelo em uma garrafa plástica cortada ao meio (um luxo!). 


A bolsa branca é a térmica pra colocar cerveja dentro.
E a preta é pra discretamente transportar a branca e beber pelas ruas
 
Bom demais passar mais uma Virada com estes amigos e amigas. Estão sempre a postos. São verdadeiros companheiros de copo e de cruz, como diz o Chico. Ai, a Virada... ao invés de uma vez por ano poderia ser uma vez por mês. Pensou?



Foto no domingo, no último show da Virada,
do Gil, só podia ficar assim mesmo


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Vira, vira, vira

Vira, vira, vira
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira


Virou!






O importante é se descontrair, deixar pra lá o que dizem, o que pensam, o que falam...

É fim-de-semana de Virada Cultural, gente! Aproveitem muito na rua e no bar. Não é sempre que o centro de São Paulo fica assim tumultuado, cheio de vida, cheio de gente na rua.

Quem sabe a gente se encontra...

Bom fim-de-semana!


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Bom estar em família...


Se tem uma coisa que eu adoro é chegar em um outro estado que não seja o de São Paulo, procurar pelos corinthianos dali e torcer pelo meu Corinthians junto com eles. Foi o que aconteceu em Belo Horizonte na viagem mais recente que fiz para lá, no mês de abril. Não precisei nem procurar. O amigo Tiago, que se mudou para lá no início deste ano, me comunicou que assistiria o jogo do Corinthians contra o Nacional, pela Libertadores, junto com a Fiel BH. Onde? No bar, claro! Em um bar de corinthianos que vivem em BH. Juntou a fome com a vontade de comer.


A gente sempre acha a família!
 

Então se você é corinthiano e está passeando ou trabalhando em BH por uns dias e pretende assistir o jogo do Corinthians na cidade, você não precisa se preocupar, porque temos o endereço do local. Fica na Avenida Nossa Senhora do Carmo, 683, Bairro São Pedro. É pertinho da Igreja Nossa Senhora do Carmo.


Na mesa ou em pé, vamos torcer pelo nosso Corinthians!
Eu fico em pé, claro!

Os jogos lá são bem organizados. O dono coloca muitas mesas do lado de fora do bar, que tem uma calçada bem grande. Abaixa o toldo e fixa um telão. Além disso tem uma televisão um pouco mais ao lado. As cervejas neste dia estavam bem geladas. Quando chegamos conseguimos pegar algumas de garrafa. Mas quando o bar lota, tem que pegar fichas e elas são servidas sob a forma de latão. Dá pra usar o cartão de crédito mesmo neste esquema. Basta ir ao balcão, passar o cartão e pegar as fichas.


Olha a camisa da Fiel BH!


O pessoal da Fiel BH vai chegando e o clima vai ficando cada vez melhor. Senti que estava realmente à vontade. Conheci e conversei com algumas pessoas, como a Carol, a Thaiane e o Betim. Foi muito bom! Tiaguinho já está familiarizado. O resultado do jogo, 3 a 1 pro Corinthians, brindou ainda mais a ida ao bar. BH já é uma cidade que eu adoro. Agora ficou melhor ainda.