quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Palace? Então tá...


Foi lá por 2006 ou 2007, não me lembro muito bem, que um estabelecimento comercial localizado na esquina da Rua Ribeiro da Silva com a Alameda Barão de Limeira começou a ser reformado. Aos pouco foi tomando a forma de um “bar e lanchonete”. Azulejos azuis foram colocados nas parede externas e uma placa com o nome foi levantada para a inauguração: Palace.


As placas, bem na esquina popular


Como era novidade, tínhamos a obrigação de passarmos por ali para checar o atendimento. Os frequentadores de bares da região também foram se chegando, todos pouco abastados como nós.

Não demorou muito pra eu fazer a brincadeira: “Esse aqui é Palace, mas é Palace de Pobre”. E aí nunca mais eu parei de chamar o bar de Palace de Pobre. Quem ouve acha engraçado, estranha, pergunta o porquê de chamá-lo assim e acaba aderindo à idéia. O motivo de chamar o bar de Palace de Pobre se deve ao fato de que até o dia em que levantaram a placa eu só havia ouvido falar de um lugar que teria o nome de Palace. E este lugar era o Copacabana Palace, luxuoso e caro hotel no Rio de Janeiro, onde ricos e famosos se hospedam. Finalmente os pobres têm um lugar chamado Palace para frequentar. Mas porque não chamá-lo apenas de Palace? Para não criar falsa expectativa em quem não conhece, ora essa!



Alemão prepara os espetinhos que vão acompanhar a cerveja
 
Não somos daqueles frequentadores assíduos, que estão lá todos os dias batendo ponto. O Palace virou um local no qual, volta-e-meia, passamos para beber umas cervejas e, de uns tempos para cá, para comer espetinhos. Os espetinhos são vendidos ao preço de R$ 3,00. Mas só fazem de quarta a sexta no fim da tarde. Quer dizer, nem sempre esta regra funciona, pois às vezes eles pisam na bola e não fazem no dia combinado. Certo mesmo, de certeza, é ter na sexta-feira.



Em pé na esquina.
Assim a gente passa o tempo no Palace de Pobre


Pra dizer a verdade a gente só fica menos tempo no Palace de Pobre porque ele não tem mesas na calçada pra gente poder fumar tranquilamente enquanto bebe. Então, ficamos em pé, ali na esquina, bebendo, fumando, batendo-papo e vendo o movimento, com as coisas todas e a cerveja, amontoados, perto de uma cadeira e do carrinho de espetinho. Ficamos até as velhas pernas aguentarem. Às vezes mais tempo, às vezes menos.


Cervejas, copos e mochilas se amontoam


Mas o bar tem uma mesinha especial que é disputadíííííííssima. Tem que chegar cedo pra pegar. Ela é boa, perto da janela aberta pra rua. Nós gostamos de ficar ali também, pois dá pra sentar e quando queremos fumar vamos para o lado de fora e dá pra continuar a participação na conversa pela janela.

Passei ontem pela frente do bar e constatei que não há mais a placa com o nome. Deve ter sido tirada com a tal lei. Mas não precisa placa. Entre nós este bar será chamado de Palace de Pobre mesmo que mudem o nome.







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